O inverno está chegando para o elenco do Domingão do Faustão.

As duas primeiras vítimas foram a assistente de palco Carol Nakamura e a bailarina Angela Sousa. O que elas tem em comum, além da disponibilidade para novos projetos? Estiveram recentemente envolvidas em escândalos barulhentos em suas vidas pessoais.

Mas essas demissões trazem à tona um lado sangrento de Faustão. Como o escritor George R. R. Martin, criador da série Game of Thrones, o “pentelho” dos domingos à tarde não pensa duas vezes antes de jogar para escanteio personagens queridos de seu público.

Ao longo dessas 25 temporadas, Fausto Silva já teve um infindável elenco de populares coadjuvantes. Todos tiveram o mesmo fim: o olho da rua.

RENATO LARANGEIRA

O pitoresco operador de câmera que passava todos os domingos fantasiado. Era o sidekick oficial do Faustão na Era de Ouro do programa. Sumiu sem deixar rastros.

CAÇULINHA

O mestre “Caçula” tornou-se um integrante extra-oficial da família brasileira. Ouvia poucas e boas do Fausto e ainda assim conseguia manter uma indelével dignidade. Ainda voltou algumas vezes ao programa como convidado.

CAIXOTE

Outro tecladista que passou os melhores anos de sua vida animando as tardes do Domingão. Era um sujeito introvertido, reflexivo. Nunca mais deu notícias.

LUIZ SCHIAVON

Tá aí um trabalho complicado: o cargo de tecladista do Domingão do Faustão apresenta o maior turnover da televisão brasileira. Luiz Schiavon, músico do RPM, frilou no programa durante alguns poucos anos. Enquanto escrevo essas linhas, ele e Paulo Ricardo devem estar preparando um novo revival do grupo.

LUCIMARA PARISI

Uma das mais ruidosas separações do showbiz brasileiro. Ela saiu magoada e hoje continua o trabalho brilhante ao lado do apresentador Ratinho.

BRITTO JR

Durante os anos de chumbo da guerra entre Fausto e Gugu, o apresentador do SBT levava a melhor por ter a sua disposição o jornalismo da emissora. A Globo tentou revidar colocando o Britto Jr numa baia no palco, mas acho que não chegou a durar um programa inteiro.

KAMILA COVAS E RACHEL GUTVILEN

As exuberantes bailarinas foram dispensadas do programa depois que posaram peladas para a Revista Sexy – mesma revista que trouxe Carol Nakamura como veio ao mundo alguns anos atrás. Faustão prefere suas dançarinas bem vestidas.

TALITHA MORETE

A fascinante assistente de palco entregou diversas matérias exclusivas e emocionantes ao redor do planeta. Ótima repórter, com boa dicção e presença vistosa, sua saída causou espanto entre os entusiastas do Domingão. Foi reaproveitada no Mais Você, com Ana Maria Braga.

LETÍCIA WIERMANN

Mais conhecida no mundo artístico como “filha do Datena”, a jovem Letícia não durou muito tempo no papel de assistente no divertido quadro da fila. Ela caiu fora apenas algumas semanas depois da estreia.

ALINE RISCADO

A mais elásticas das bailarinas do Faustão foi demitida ao vivo há algumas semanas, logo depois de quase ter matado o velho Miele de emoção. Hoje se dedica com afinco ao Instagram. Por mim, tudo bem.

CLAUDIA SWAROWSKI

A ex-modelo era a titular dos merchans do Domingão, até seu casamento relâmpago com o sertanejo Vitor & Leo. Claudia foi demitida logo depois do divórcio – mas ninguém sentiu muita falta, pois foi muito bem substituída pelas bailarinas.

CARLA PRATA

A ex-bailarina “com mais probabilidade de virar ex-Fazenda” saiu há alguns anos do Faustão, quando já havia ascendido ao cargo de assistente. Aliás, assistente de palco do Faustão é um cargo com taxa de mortalidade ainda maior do que tecladista. Hoje ela atua como musa do Carnaval carioca e dá entrevistas mostrando seu treino de musculação no resto do ano.

AQUELES CARAS DA PONTE DO RIO QUE CAI

Aquilo era muito legal, amigos.

Entendo que em um mercado dinâmico como o do entretenimento, é natural que os programas passem por constantes transformações. Domingão do Faustão está no ar há um quarto de século e ainda possui fôlego para muito mais.

Meus votos são para que o ritmo do banho de sangue seja diminuído, principalmente nessa que é a mais vitoriosa geração de Bailarinas do Faustão.

Algumas colaborações para o Programa Pânico, onde tenho criado pautas e quadros.

Fazendo as pazes do sucesso: CABEÇÃO DA MALHAÇÃO

Funkeiros Mirins no Parque de Diversões

Pânico Investiga: Incontinência Urinária de Tonico Pereira

Ciclovia da Paulista

Frilas da Fama: Yudi 

É sintomático que o show do Rod Stewart no Rock in Rio 2015 tenha calhado de começar junto com uma segunda-feira. É para nos lembrar que a vida poderia ser outra coisa.

Sempre cercado de belas e talentosas mulheres, entoando canções agradáveis e de fácil digestão, Rod Stewart parece garantir que os momentos felizes ganham um significado ainda mais forte quando vem acompanhados de outros momentos felizes.

O telão emulando as melhores vinhetas do Amaury Jr, o figurino de quem está sempre suficientemente fora de si, o clima de descontração na beira da piscina tomando um Campari. Filósofos e bacharéis já escreveram que a arte é responsável por nos mostrar que uma vida melhor é possível.

Rod Stewart é pura arte.

Rod Stewart no Rock in Rio 2015
Cotação: 5 negronis na piscina do hotel de 5 possíveis

A Rede Globo sustenta um longevo fascínio pelo RPM e seus integrantes. Mesmo sem lançar discos de grande impacto há algumas décadas, a banda continua emplacando de maneira clamorosa na emissora.

Se não, vejamos: a banda é responsável pela trilha sonora do Big Brother Brasil desde sua estreia em 2002. Luiz Schiavon foi tecladista residente do Domingão do Faustão durante alguns anos. E Paulo Ricardo… O que dizer de Paulo Ricardo?

Já foi galã de novela em “Esperança”, jurado do Superstar e uma espécie de setorista oficial quando o assunto é rock dos anos 80. Mas nesse último final de semana ele brilhou em mais uma função global.

Ao lado da solar presença de Rafa Brites, o decano do Rock Brazuca começou sua jornada como VJ do Rock in Rio. O trabalho consiste basicamente em interromper nossos shows preferidos para destilar informações nem sempre relevantes.

Por mais que possamos questionar a utilidade da dupla na transmissão, é importante frisar que tanto Rafa quanto Paulo Ricardo mostraram entrosamento e pelo menos tinham um texto pra falar. O que já é uma vantagem grandiosa em relação ao trabalho realizado pelo Multishow, dedicado a mostrar o quanto os seus apresentadores estavam gratos pela oportunidade.

Para o bem de todos, ainda é melhor ouvir Paulo Ricardo falando sobre o Rock in Rio do que fazendo um show no evento.

Transmissão do Rock in Rio na Globo
Cotação: 2º lugar no Ibope de 5 possíveis

O Jornal Nacional é o elo mais fraco na programação noturna da Globo. Atrapalhou Babilônia, está arruinando A Regra do Jogo e poderá causar chagas profundas à emissora carioca caso nada seja feito.

Nosso jeito de consumir informação evoluiu bastante. E a relevância da turma do Willian Bonner só continua se fazendo valer quando algum familiar fala no grupo de WhatsApp que “viu no Jornal Nacional” que a Dilma tinha renunciado.

A recente guinada rumo a um estilo milimetricamente coloquial de noticiar demonstra o quanto o programa não entendeu nada sobre nossos tempos bicudos. De que adianta colocar seus apresentadores e repórteres para falarem de um jeito mais informal se for tudo tão ensaiado?

A esgrima coloquial que vem sendo praticada por Bonner, Vasconcellos e seus repórteres Teletubbies deixa escapar algo profundamente importante para o telespectador deste século 21: a verdade.

E pouco me interessa a verdade dos fatos aqui – estou falando da verdade de espírito daqueles que apresentam o informativo.

Basta ver por quem os sinos dobram quando aparecem na TV: a distopia cáustica de Mônica Iozzi, as previsões rústicas de Maju Coutinho, a malemolência de apartamento de Tiago Leifert. Goste ou não do estilo de cada um, é inegável que eles passam verdade na liberdade que conquistaram em seus programas – e o público responde a isso de maneira eloquente.

Em algum nível, é o que Marcelo Rezende fez com o Cidade Alerta: transformou o programa numa espécie de programa de variedades policial. E completamente focado em sua própria personalidade, no seu ponto de vista.

É o mesmo princípio ativo que deixa maravilhados os milhões de fãs de vlogueiros pós-adolescentes no YouTube, por exemplo.

A informação por si só não vale de nada – e não é o didatismo de Telecurso Segundo Grau vigente no Jornal Nacional que vai salvá-la. É o ponto de vista sobre as coisas que acontecem neste mundo. Por isso a necessidade de um elenco de verdade e um formato mais alinhado com as necessidades da televisão realmente ao vivo.

Ou o programa para de acreditar que precisa gabaritar com o júri técnico do Dança dos Famosos ou seguirá neste organizado compasso rumo à obsolência pra lá de programada.

Jornal Nacional, Temporada 46
Cotação: 1 péssima noite de 1 boa noite possível

É bem verdade que Britto Jr não funcionava em A Fazenda. Sem muito carisma, constantemente mau humorado e nervoso, quase sempre apenas repetindo o que mandavam que ele falasse. Mas estava longe de ser a única falha do programa.

Uma prova disso é que a temporada especial de verão, que contou com participantes anônimos e foi apresentada pelo festejado Rodrigo Faro, também não foi lá muito interessante.

Então não reside em Roberto Justus minha esperança para que esta seja uma temporada gloriosa.

Acredito que sejam três as principais fraquezas do reality show da Record:

1_ O foco em tarefas da Fazenda que simplesmente não são interessantes. Uma boa parte do tempo de tela é para mostrar celebridades do penúltimo escalão fazendo trabalho braçal com animais esquisitos. Mesmo que as situações naquele dia não tenham rendido absolutamente nenhuma intriga, conchavo ou cusparada. Isso está longe de ser um bom apelo para o programa.

2_ A insegurança da direção. Muitas vezes ficam segurando por dias a fio uma informação que já vazou na internet, ou fazendo sensacionalismo barato ao prometer “para o próximo bloco” alguma nova informação bombástica que quase sempre é frustrante.

3_ A grade excessivamente fechada de atividades, dando pouco espaço para surpreender o público e os participantes com algum improviso.

É bom frisar que o forte de A Fazenda sempre foi o elenco – que mesmo com todas as limitações descritas acima sempre conseguiu ser um entretenimento muito satisfatório.

Espero que pelo menos alguns desses vícios sejam amenizados ou extirpados da edição desse ano, cuja escalação promete uma formidável miríade de emoções.

A Fazenda, temporada 2015
Cotação: uma expectativa muito alta para um flop muito possível

Foi como assistir a um episódio de Chaves – ainda que longo demais. Rigorosamente nenhuma novidade foi apresentada na estréia da oitava temporada de A Fazenda.

Roberto Justus recitou o mesmo texto tacanho que já vitimava Britto Jr nos anos anteriores.

Os participantes eram todos aqueles que a gente já tinha lido na internet – menos o Rafael Ilha, sempre às voltas com seus problemas com a justiça (nem isso é novo).

Foram executadas mesmas dinâmicas surradas tentando acelerar os processos de inimizades no confinamento.

E tudo isso ladeado por longas cenas de subcelebridades cozinhando, discutindo pormenores. Parecia que a produção estava querendo nos castigar por ainda insistir com o programa.

Não há esperança em Itu. Nem para os tristes aspirantes a um novo sopro de visibilidade, nem para nós no lado mais brilhante da tela.

Eu quase concordo com a produção do programa. Acho que nos merecemos pela falta de vergonha na cara. 

A Fazenda 8 – Season Première
Cotação: uma cusparada da Urach de 17 possíveis

A parte que mais sinto saudades do Google Reader era saber o que a minha rede andava descobrindo internet adentro e também compartilhar algumas pepitas que eu acabava tropeçando por aí.

Bilhões de minutos novos são publicados no YouTube todos os dias. É de bom tom contar com a ajuda de estranhos na hora de navegar por esses turbulentos mares de contra-informação. Me ofereço para ser seu Jacques Costeau.

Pretendo voltar a agir de maneira recorrente neste espaço, sempre dividindo com os senhores alguns achados audiovisuais. A começar pelos seguintes.

Gilberto Barros, o Leão, faz um animado Skype com Gretchen

Talvez você não saiba, mas Gretchen está morando em Mônaco. Pelo menos é o que ela garante para um descrente Leão fazendo anotações no vídeo abaixo.

(outra coisa que você não sabe é que o Gilberto Barros virou YouTuber — provavelmente o menos bem sucedido de todos desde eu mesmo.)

O vídeo tinha 62 views até o fechamento dessa edição. E um único comentário:

As coisas não estão muito fáceis para o Gilbertão longe da televisão. Mas é admirável que ele continue tentando.

Luisa Accorsi fala sobre a polêmica envolvendo suas curvas no Instagram

A fundamental Luisa Accorsi faz parte da rede de blogs da revista Caras – pois é, isso existe. E tem fascinado o mundo com suas fotos de biquini no Instagram.

Pelo menos era o que nós, idiotas, acreditávamos antes de ver esse esclarecedor episódio de seu vlog. As reações de suas fãs deram origem a uma interessante pensata sobre corpos e compartilhamentos.

Não acho que eu poderia recomendar o suficiente.

Marco Bianchi em busca da felicidade

Uma das peças fundamentais para a educação humorística do pré-adolescente brasileiro da segunda metade dos anos 90 segue lutando bravamente no front.

Esquecido pelos contratantes, deixado de lado pelas gerações mais novas, o humor de bons adjetivos e ótimos nomes fictícios de Marco Bianchi não parece encontrar a entonação correta neste distópico ano de 2015.

Esse “Churrasco em Debate” chega a comover de tão cheio de boas intenções e com tão poucas chances.

Todo o resto do canal segue a mesma toada, uma mistura sub-ótima de algo que não chega a ser Porta dos Fundos com um negócio que nunca teve a menor intenção de parecer Hermes e Renato. Recomendo.

—

Voltamos em uma próxima oportunidade com mais algumas especiarias vindas de lugares por onde muita gente ainda não ousa passar.

Continuando meu processo de navegação assistida, onde divido com os amigos leitores alguns de meus mais queridos vídeos pelos quais tropeço na internet.

Neste 2 de dezembro, data em que muitos brasileiros voltaram às janelas para bater suas panelas, comemoramos o Dia do Samba.

Uma efeméride que ainda não alcançou o status de Natal, Dia dos Pais e tem ficado pra trás até do famigerado Dia de Ação de Graças. Mas um dia nosso povo há de perceber quem nem tudo que é bom vem de fora.

Para ajudar no estabelecimento da data como um festejo de maior porte, selecionei 2 vídeos que ajudam a dar visibilidade ao fascínio popular pelo ritmo.

Fundo de Quintal explica o universo

É na verdade o trecho de um documentário da TV Cultura ou talvez de um DVD do Martinho da Vila. São 3 minutos onde os integrantes da fase mais clássica do Fundo de Quintal falam basicamente sobre: 1) as origens do samba carioca; 2) o nascimento do Cacique de Ramos; 3) as inovações implementadas pelo grupo.

Tudo isso ao som de “Força, fé e raiz”, um dos mais belos hinos compostos pela turma. E com imagens de uma festa no Cacique com Arlindo e Sombrinha, ainda no grupo, tocando numa mesa cheia de cascos de cerveja e um jovem Waguinho apenas curtindo o pagode.

Chamar de clássico não explica o suficiente.

Como o pandeiro nos faz evoluir como profissionais

Metas, constância e ir além das expectativas.

Dedão, a ponta, atrás, a ponta e dedão.

Quem diria que os princípios de um bom profissional seriam tão bem aplicados a um pandeiro? Provavelmente um guru da auto-ajuda corporativa, como neste trecho do DVD “É Hora de Motivação”.

A textura de VHS sujo dá um charme especial a essa aventura audiovisual.

João Nogueira

Algum voluntarioso usuário do YouTube oferece na íntegra o programa Ensaio (TV Cultura) protagonizado pelo grande João Nogueira em 1992.

Já começa com uma versão minimalista de “Espelho”, colada em um depoimento do cantor sobre seu pai, cuja morte inspirou a canção.

O resto é quase bônus.

E ademã que eu vou em frente.

Gabi Luthai fez uma festança na Wood’s para festejar 1 milhão de inscritos em seu canal no YouTube. Ela é um dos principais expoentes de uma revolução na música popular mundial: as gatinhas que tocam covers em seus quartos.

Ao longo da já extensa carreira, Luthai acabou saindo do quarto e hoje grava seus vídeos em um estúdio que inteligentemente emula o quarto de uma pós-adolescente que ganhou dinheiro gravando covers.

No vídeo “A Festa dos Sonhos”, a cantora mostra com uma câmera na mão todo o extenso desenvolvimento do projeto e a inebriante expectativa pelo grande dia, chegando ao ápice quando exibe os bastidores do evento.

É interessante notar que, à sua maneira, Gabi Luthai resolveu um dos principais problemas do audiovisual nacional. Em vez de perder tempo com a lista de patrocinadores que assola a abertura dos filmes brasileiros, ela jogou os perfis do Instagram das marcas que fizeram permuta na tela e foi curtir a festa.

Inclusive se você não sabe mais por onde andam as famigeradas paletas mexicanas, até elas estavam na festa (e aparentemente tem Instagram).

Fica aqui o nosso parabéns e também um muito obrigado. Vida longa a Gabi Luthai, uma das maiores artistas vivas.

Conheça os vídeos que mostram a evolução artística de Gabi Luthai.

Fase caseira: covers na webcam

Fase Las Vegas: cantando covers em evento da VEVO

Fase Maior Artista Viva: videoclipe com música inédita

Voltamos a qualquer momento com novidades sobre essa e outras artistas fundamentais para o bem estar da nação.

Quem aí lembra da Juliana Góes? A patinadora foi uma das mais formidáveis participantes do BBB de todos os tempos, de uma época em que elas ainda tinham a Playboy como estadia posterior.

Na época ela ficou famosa por enlouquecer o emo Rafinha, que resistiu de maneira lastimável aos seus encantos e acabou sagrando-se campeão.

Pois muito que bem. Juliana Góes ressurgiu há algum tempo como blogueira especializada em beleza. Com direito a todo o pacote básico: guias práticos, dicas de produtos, alguns diários de viagens, bastidores do próprio casamento e alguns jabás, pois ninguém tá nesse mundo só a passeio.

E agora a exuberante santista se reinventa mais uma vez por intermédio da internet. Ela está se tornando algum tipo muito específico de guru da auto-ajuda.

Juju Góes, esse desafiador amálgama de Sandy com Paola Oliveira, vem se transformando numa versão muito bem maquiada de Augusto Cury. Depois de alguns testes em seus canais sociais, ela lançou nessa semana seu mais ousado projeto nesse sentido: o #DezembroZen.

Durante todo o mês de dezembro ela vai publicar dicas para você ser uma pessoa mais centrada. Que tipo de laureação garante que ela seja uma boa instrutora? Eu sei lá, mas por mim tudo bem.

O que parece ter motivado essa série, segundo a própria no vídeo de estreia, foi o fato das pessoas sempre acharem que ela está muito alegre, muito feliz, com um sorriso no rosto. Se isso não é o suficiente, o que seria?

O exercício proposto no quarto episódio, listar 5 coisas que nos deixam felizes, é especialmente interessante. Dá uma olhada no vídeo:

Tomei a liberdade de fazer minha lista:

1. acessar o site de webvídeos YouTube
2. me deparar com esse tipo de conteúdo
3. ter a sorte de refletir com a ex-BBB Juliana Góes
4. perceber o quanto estou em paz depois disso
5. escrever a respeito para vocês, minhas lindezas

E por hoje é isso. Grande abraço.

Badalada vlogueira e escritora. Pode parecer que estou falando de Kéfera Buchmann, o dínamo do YouTube que virou fenômeno do mercado editorial. Mas que nada: o assunto de hoje é a magnética Joyce Pascowitch.

A semana foi agitada para ela. Além de ter se metido numa confusão de proporções desagradáveis com a Deborah Secco, Joyce ainda lançou seu primeiro livro ‘oficial’, pensado de fato como uma obra.

E relatou isso em seu cativante vlog. Falou muito sobre a festa e quase nada sobre o livro, que eu sei lá sobre o que é.

O único comentário a respeito do conteúdo da obra é feito em tom de confissão. Parece ter algumas histórias sobre André Esteves, já que na época em que entregou o livro para a editora “ele ainda estava solto”.

Joyce Pascowitch é uma das minhas vlogueiras preferidas há algum tempo. Uma verdadeira instituição do jornalismo nacional tentando entender como funciona o YouTube é algo especial demais para passar batido.

A melhor música de 2015 passou incólume pelo crivo da opinião pública. Não bombou nas rádios, não lotou estádios e não alçou sua intérprete ao estrelato. Infelizmente.

“O suave é viver” é um respeitável pancadão de Mary Silvestre – ela já foi Miss, ajudante de palco do Luciano Huck, capa da Playboy e também participou do reality show “Lucky Ladies BR”. Uma extensa e fascinante ficha corrida, com excelentes serviços prestados ao showbiz nacional.

A música ganhou um videoclipe ousado. Gravado em apenas um take, a cantora colocou a faixa para tocar no corredor de entrada do apartamento e começou a dançar junto com seu amigo Harry Louis (que por sua vez ganhou certa notoriedade por fazer filme pornô, namorar Marc Jacobs e xingar seus fãs no Instagram – acho que nessa ordem).

O ritmo da canção é envolvente e os passinhos improvisados pela dupla são de um frescor poucas vezes visto. Mais um conteúdo exclusivo do YouTube que está apenas esperando para ser descoberto pelas massas.

Voltamos a qualquer momento com mais informações.

O Jornal Nacional é o elo mais fraco na programação noturna da Globo. Atrapalhou Babilônia, está arruinando A Regra do Jogo e poderá causar chagas profundas à emissora carioca caso nada seja feito.

Nosso jeito de consumir informação evoluiu bastante. E a relevância da turma do Willian Bonner só continua se fazendo valer quando algum familiar fala no grupo de WhatsApp que “viu no Jornal Nacional” que a Dilma tinha renunciado.

A recente guinada rumo a um estilo milimetricamente coloquial de noticiar demonstra o quanto o programa não entendeu nada sobre nossos tempos bicudos. De que adianta colocar seus apresentadores e repórteres para falarem de um jeito mais informal se for tudo tão ensaiado?

A esgrima coloquial que vem sendo praticada por Bonner, Vasconcellos e seus repórteres Teletubbies deixa escapar algo profundamente importante para o telespectador deste século 21: a verdade.

E pouco me interessa a verdade dos fatos aqui – estou falando da verdade de espírito daqueles que apresentam o informativo.

Basta ver por quem os sinos dobram quando aparecem na TV: a distopia cáustica de Mônica Iozzi, as previsões rústicas de Maju Coutinho, a malemolência de apartamento de Tiago Leifert. Goste ou não do estilo de cada um, é inegável que eles passam verdade na liberdade que conquistaram em seus programas – e o público responde a isso de maneira eloquente.

Em algum nível, é o que Marcelo Rezende fez com o Cidade Alerta: transformou o programa numa espécie de programa de variedades policial. E completamente focado em sua própria personalidade, no seu ponto de vista.

É o mesmo princípio ativo que deixa maravilhados os milhões de fãs de vlogueiros pós-adolescentes no YouTube, por exemplo.

A informação por si só não vale de nada – e não é o didatismo de Telecurso Segundo Grau vigente no Jornal Nacional que vai salvá-la. É o ponto de vista sobre as coisas que acontecem neste mundo. Por isso a necessidade de um elenco de verdade e um formato mais alinhado com as necessidades da televisão realmente ao vivo.

Ou o programa para de acreditar que precisa gabaritar com o júri técnico do Dança dos Famosos ou seguirá neste organizado compasso rumo à obsolência pra lá de programada.

Jornal Nacional, Temporada 46
Cotação: 1 péssima noite de 1 boa noite possível

Domingo é dia de assistir TV aberta. Neste segmento, vou falar semanalmente sobre pepitas das emissoras abertas encontradas no YouTube.

O SBT é o canal brasileiro que mais cedo entendeu as vantagens do YouTube. Há muito tempo que praticamente todo o conteúdo produzido pelo entretenimento da emissora vai automaticamente para a internet, na íntegra e separado em blocos.

Um dos grandes beneficiados por essa prática deve ser o Otávio Mesquita, que apresenta escondido nas madrugadas o programa “Okay Pessoal!!!”.

Foi graças ao YouTube que chegou na minha mão a pepita “Tábata comenta os vídeos mais bizarros da semana”. É curioso pensar que o programa de TV se alimenta de vídeos da internet e depois acaba virando ele próprio um vídeo no YouTube.

Também chama a atenção a naturalidade com que Otávio Mesquita exibe um rapaz tendo seu mamilo perfurado enquanto morde um pinto de borracha.

Depois ele comenta umas fofocas da internet e na sequência mostra uns caras com sungas apertadas em nome de uma piada com Thammy Gretchen.

Serginho Groisman abandonou o bordão “vida inteligente na madrugada” depois que começou a ser exibido na faixa das 23h. Esse vídeo deixa claro porque Mesquita não se atreveria a usá-lo.

O Brasil está em chamas. A semana que antecede a votação do impeachment na Câmera ganha contornos cada vez mais lisérgicos.

Um dos grandes reforços da aliança que pretende derrubar o governo Dilma tem sido chamado pela imprensa de Fofão Genérico. O pitoresco personagem dos anos 80, agora em uma releitura distópica, deve estar entre os protagonistas de um controverso ápice na neurótica narrativa política nacional.

Esquerda? Direita? Siga em frente, olhe para o lado…

Pode parecer bravata de pós-adolescente querendo chamar atenção. Mas a verdade é que essa não é sequer a primeira vez na história do mundo que alguma peculiar figura da década perdida consegue revolucionar a situação de um país.

Fui surpreendido pelo excelente documentário Chuck Norris VS Communism no Netflix. O filme narra com riqueza de detalhes a influência que o tráfico ilegal de fitas VHS teve para ajudar a abrir o país depois de grande luta contra uma ditadura com mão de ferro.

E tudo por inspiração dos atos heroicos de Stallone, Schwarzenegger, Van Damme e outros sujeitos musculosos com sobrenomes europeus a serviço da América. Além de uma senhorita muito empenhada que dublava simplesmente todos os personagens de todos os filmes que eram lançados ilegalmente no país naquele período.

De bônus, a inevitável conclusão de que provavelmente escolheram o Chuck Norris para colocar no título porque o celebrado meme envolvendo o ator deve ter chegado só ano passado em Bucareste.

Cotação: 5 continuações de Braddock, de 5 possíveis

Voltamos a qualquer momento com novas informações.

Como um jovem que acorda de ressaca e não reconhece o cômodo ou a casa onde se encontra, não sei direito como explicar a sucessão de eventos que me trouxeram até este momento: estou ouvindo o Novo Álbum de Paulo Ricardo e escrevendo sobre cada uma das suas faixas.

Enquanto aguardo ansiosamente pelo Uber que me levará de volta à sanidade, conto com a sua companhia para nos deslumbrarmos com o primeiro disco solo deste baluarte do rock brazuca em 10 anos.

Clique no título das músicas e escute no Spotify

01. NOVO SINGLE

Eis uma canção muito interessante. Parece uma vinheta vendendo aqueles CDs de acesso à internet da America On Line no final dos anos 90. A letra brinca justamente com as ‘novas tecnologias’ e o instrumental parece a guinada rumo ao rock vigoroso e dançante que Wandi Doratiotto faria depois de uma noite de amor com Trent Reznor.

Trecho preferido: “Monetize. Invista. Mas eu espero que você entenda / meu amor, que eu não estou à venda”. É exatamente o tipo de coisa que eu esperaria ouvir o Paulo Ricardo cantando caso estivéssemos vivendo na realidade distópica do Robocop original – e a cada dia me convenço mais de que é bem esse o caso.

02. RAIOS X

Parece uma versão em português de qualquer música da banda The Killers – que sumiu rumo ao oblívio há pelo menos 8 anos. Ou seja, Paulinho do Sintetizador está até bem atualizado em relação aos seus concorrentes da cena.

03. ISABELA

Mais uma balada criada por um roqueiro tiozão para homenagear a filha ou uma namorada muito jovem, eu confesso que não consegui ouvir até o fim para descobrir qual das duas.

04. COMO VOCÊ

Uma curiosa celebração pela existência de pessoas bonitas. O ritmo começa parecido com alguma coisa do George Michael e logo se transforma no mais provável jingle da campanha de Aécio Neves em 2018.

05. SEXY

Isso aqui é maior ouro do disco inteiro. Um trecho:

Não me provoque
Tropa de Choque
Tropa de Elite
Pleased to meet you, baby
Uh, uh, uh

E aí ele cita tantas referências que chega a ser assombroso. Não tem nem o que escrever a respeito. Ouçam.

06. EU E VOCÊ (O X DA QUESTÃO)

A música certamente merece um prêmio! Infelizmente para os advogados de Paulo Ricardo, é o troféu de Música Mais Parecida com Sexed Up do Robbie Williams em 2016.

07. TANTA COISA

Mais uma poderosa balada que poderia ter saído da lavra de gênios contemporâneos como Scott Stapp, líder do Creed – caso ele não tivesse sido recolhido por instituições psiquiátricas a tempo.

08. EU NÃO SEI

É a minha preferida deste disco. Paulo Ricardo dá mais uma demonstração de que está muito ligado ao que tem rolado nas FMs pós-bug do milênio. O refrão chega envolvente, com uma voz fininha típica do Chris Martin e um andamento que também lembra o Coldplay em seus dias mais nefastos.

Se a Gwyneth Paltrow ouvir, vai pedir o divórcio de novo.

Um trecho da letra merece destaque: “Se eu não sei / e nem mesmo o roquenrou me ensinou nada / eu não sei de quem é a culpa”

09. VIDA NOVA

O cantor surge fascinado por ainda encontrar-se em período fértil e aqui descabela-se em mais uma loa tecida à própria prole. É fácil identificar um pai coruja quando parece uma boa ideia usar “depois da tempestade / vem a bonança” em uma música nova.

10. JUNTOS

“E se nós ainda estamos juntos / é porque a gente se ama muito” avisa Paulo Ricardo na penúltima faixa do disco. Realmente parece uma prova de amor chegar tão longe.

Sobreviver até aqui é uma tarefa inglória, ainda mais ao descobrir que o prêmio consiste nesse poperô parcialmente desprovido de lógica.

11. VIDA REAL (LEEF)

Quantas descobertas incríveis: VIDA REAL é o nome da tradicional música do BBB e o Paulo Ricardo sussura “hey brother, hey sister” bem no comecinho. Esse tipo de coisa a Globo não mostra.

Entendo os motivos.

Cotação: Um Power Couple Brasil, de um BBB 16 possível

Voltamos a qualquer momento com novas informações.

Machado de Assis, o magnético, foi brilhante ao deixar o país com a pulga atrás da orelha: teria Capitu traído Bentinho no clássico ‘Dom Casmurro’? O tema é alvo de debates acalorados até os dias de hoje, pois mesmo as fofocas fictícias são atemporais.

Dona Capitu

Ainda que numa época em que os gadgets mais sofisticados eram uma pá e uma enxada, o chifre de Schrödinger viralizou e ajudou o controverso casal a entrar para a história.

Eis que o tempo passa e uma nova obra literária vem causar confusão e disse-me-disse entre os mais variados círculos intelectuais: o novo disco da Beyoncé dá a entender que Jay-Z teria traído a cantora com uma fascinante miríade de mulheres.

O disco representa uma interessante mudança estilística e também temática por parte da popstar. Seu trabalho anterior havia sido uma envolvente ópera-soul em homenagem à própria bunda, o que resultou, por motivos óbvios, em um dos trabalhos mais relevantes deste século.

Fofocas à parte e deixando pra lá os olhos de ressaca do Jay-Z, ‘LEMONADE’ também é formidável: traz a segunda melhor música chamada “SORRY” da temporada e a terceira melhor canção a samplear “WALK ON BY” do Isaac Hayes.

Olhos de ressaca…

Cotação: um peralta da vizinhança de um peralta da vizinhança que se case com ela possível

Voltamos a qualquer momento com novas informações.

Prefiro ver o copo meio cheio: enquanto a internet reclama que o Michel Temer pretende convocar um evangélico criacionista para o Ministério da Ciência e Tecnologia, eu acho que temos muito o que comemorar.

Em tempos de rompantes tão radicais para todos os lados, é bonito ver um notório adorador do cramunhão estendendo a mão para um fervoroso cristão – e sendo correspondido.

Ministério da fé

E já que a nação está prestes a ser invadida pela maior onda satanista desde quando Toninho do Diabo saiu de moda, a Revista Chico Barney lança hoje uma nova seção.

Bem vindos ao Almanaque do Capiroto, um espaço para listarmos e conversarmos a respeito dos maiores belzebus do Brasil. A série tem como objetivo demonstrar que o amaldiçoado não é necessariamente nosso inimigo.

FASCÍCULO 1 – SERGINHO MALLANDRO

Os anos 80 foram muito difíceis para as crianças brasileiras. Não bastasse a Xuxa propagar aos 4 ventos todas as benesses de se envolver com o coisa-ruim, ainda tinha o programa infantil OraDuKapeta na emissora concorrente.

Serginho Mallandro não só inventou a maneira como as crianças daquela época se comunicariam pela internet quando virassem adolescentes, como também ajudou a implementar uma mentalidade amoral e degenerada em uma geração que continua destruindo tudo por onde passa.

Merece destaque o célebre episódio em que o apresentador arma uma pegadinha que consistia em oferecer cocaína para Rafael Ilha, na época um viciado em tratamento. É a estrutura básica de qualquer tentação promovida pelo capeta, com o bônus de uma câmera escondida e muita gente dando risada.

Na próxima edição: LUMA DE OLIVEIRA

Mario Sérgio foi importante peça do grande pilar da nossa música, o decano Grupo Fundo de Quintal. Almir Guineto resumiu bem a questão: estamos todos de mal com a Mãe Natureza nesse triste domingo.

Como homenagem, a Revista Chico Barney oferece aos leitores uma curadoria com alguns belos momentos do cantor e seus companheiros de lida.

Fundo de Quintal – Sorriso Negro 

Apresentação lembrada pelo nobre @blackfabioink.

Mario Sérgio no Programa Ensaio (TV Cultura – 2013)

O cantor ficou cerca de 5 anos longe do Fundo de Quintal. Veja Mario Sérgio discorrer sobre sua biografia enquanto entoa alguns clássicos e também músicas do seu disco solo.

É Aí Que Quebra a Rocha

Primeiro disco do grupo com a elegante participação de Mario Sérgio. Conta com alguns clássicos atemporais como ‘Lucidez’ e ainda ‘A Amizade’, que ganhou notoriedade fora do mundo do pagode graças à infame tatuagem de Maka celebrando a parceria com o Goleiro Bruno.

Mario Sérgio no Jô Soares (Globo – 2010)

Canja do Jô e depois um bate-papo com o apresentador.

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